terça-feira, 5 de julho de 2011

O PROTESTO DOS MORTOS VIVOS


Há vários anos que passo na rua da escola politécnica e vejo estas duas pessoas sentadas à porta da Procuradoria Geral da República a protestar contra uma hipotética morte.
Resumindo e segundo o que parece, estas duas pessoas foram dadas como mortas, depois de terem amealhado uma pequena fortuna, fruto do seu trabalho.
Um dia constataram que os seus bens não existiam, e que o homem estava enterrado no alentejo. A mulher supostamente viuva, voltou a casar e também morreu (sim a está todos os dias na rua). A filha deles os dois desapareceu sem deixar rasto.
Eles juram que estão vivos, e eu acredito, pois ainda hoje os vi.
Há cerca de 15 anos que protestam diariamente, em dias de sol, de chuva, de frio, de calor. Montam a banca às 7h35 e saiem ao fim do dia. (persistência a mais para uma fraude, penso eu)
Admiro a sua persistência, mas se estão dados como mortos, não podem ser presos, se não podem ser presos, podem fazer o que quiserem, porque que eu saiba não há penas aplicáveis a mortos-vivos.
É tudo muito confuso.
No lugar deles, se eu estivesse vivo, mas tivesse sido morto, porque não iria matar quem me matou? :)

4 comentários:

i disse...

bolas! e eu julgava que era persistente! eheheh "folie a deux" :D

Anónimo disse...

Ao pé destes os nuestros hermanos "indignados" são uns meninos :)

Anónimo disse...

então se os matarem o assassino não será condenado porque já estão mortos.

Anónimo disse...

Sempre que os prendem eles invocam o Artº 45 da Constituição e são libertados.

Com ou sem «folie a deux», facto é que nunca ninguém se deu ao trabalho de vir a público, explicar as razões que levam estas duas alminhas a estarem ali à porta da Procuradoria há mais de 19 anos.

E eu pergunto. Afinal que raio de sociedade é a nossa que permite uma coisa destas sem que ninguém se preocupe em dar uma explicação pública, começando pela própria PGD, que os tem ali à porta ?

A indiferença também mata.