quinta-feira, 14 de julho de 2016

EDP "NOT COOL" JAZZ


Foi há dois dias que fui aos bonitos jardins de Oeiras ver a grande Jill Scott, a expectativa era alta mas rapidamente foi defraudada, levando a que eu e mais uma centena de pessoas abandonassem o concerto a meio. Poderia começar pela seca de uma hora que a Jill resolveu dar a quem, numa noite de vento e muito frio, estava à sua espera. Talvez pensando que era verão acredito que como eu muitos foram enganados pelo tempo e quando demos por nós estávamos numa noite quase de inverno... Vá lá primavera mal parida, mas não verão. Claro que contra o tempo não há argumentos, a Jill não tem culpa nem a produtora "everything is new"... Agora quanto ao resto... Comprei bilhetes para a plateia em pé, não me apetecia ver a Jill Scott sentado, não foi tanto pelo preço, foi mesmo para curtir o som. Chego aos jardins, que diga-se de passagem são lindos, e percebo que as plateias são delimitadas por grades, ou seja, quem está em pé está literalmente à parte do concerto. As plateias, essas dividem-se em VIP, A e B, penso que com acesso entre elas. A Jill Scott entra e começa a chamar o pessoal das plateias para o início do palco onde fica a curtir o som com eles, o que acho lindamente. O que achei estranho é que entre o palco e os que compraram plateia em pé vai uma distância de 50 metros de terreno vazio, fazendo com que sintamos que estamos a ver um concerto à sucapa e equacionando a hipótese de levar uns binóculos na próxima vez. Não gostei e acredito que quem ficou em pé também não deve ter gostado, mais valia não haver lugares sentados ou então balizarem os preços dos bilhetes para que toda a gente conseguisse curtir o som como deve ser e preencher aquelas clareiras que de bonito não tinham nada, assim não vale a pena e é uma pena.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

MASSAGEM AO EGO



Há muito tempo que não vinha cá mandar umas bojardas, porque não tenho tido muita pachorra, porque esta merda vai de mal a pior e já nem sei sobre o que escrever... Quando escrevo sobre cenas fixes o pessoal não vê, quando é para mandar vir fica tudo em delírio. Acreditem ou não a paternidade fez-me deixar de querer pensar em coisas más e focar-me na melhor coisa do mundo, o meu filho. Mas hoje apeteceu-me escrever sobre esta necessidade de partilha, estas massagens ao ego do "sou muita bom estou a jantar marisco no sitio Y", "tenho alta vida olhem eu na piscina", "estou sempre feliz, olha lá esta cara 31" e o clássico "altas ondas sem ninguém no sitio x" ou até mesmo uma foto inofensiva que alguém adora logo comentar "conheço é no spot z!!" tipo numa de mostrar "fdx achas-te o sabichão?? eu sei onde andas e vou mostrar que também sei"... Resultado, estes tristes, que não são mais que isso, pois não percebem que aquela ditado "a felicidade só faz sentido quando partilhada" não foi feito para as redes sociais:) Adoro quando estou a surfar durante 1 mês seguido num sítio com pouca gente, e aos poucos começa a ficar impossível de tanta gente que lá está, ironicamente todos refilam "fdx, é so gajos aqui" quando eles próprios andaram a bater punhetas ao ego via posts. Conheci uma praia deserta, ia lá desde miúdo, até a revista visão durante 3 verões seguidos ter publicado fotos da praia, coordenadas GPS e afins para a maltinha lá chegar. Hoje é uma praia linda de inverno, cheia no verão e com muito lixo, que é abandonado na praia, tal animal doméstico pelos donos que vão de férias. Pelo que percebo agora foi a praia do cavalo a ser invadida, e os pioneiros estão na merda... Só entre amigos meus do facebook já vi não sei quantas publicações acerca desta praia, que não sei onde é. Por isso, a todos os carentes que gostam de contar a vossa vidinha a toda a gente, aguentem-se... isto é a ejaculação das massagens que dão ao ego. Aprendam que estas partilhas valem zero, a verdadeira partilha é lá no momento e com quem está convosco. boas férias!

foto: Margarida Soares